Cristóvão Colombo
Como tudo se passou…
Em 1498, após quase um século de preparação, uma frota portuguesa, sob o comando de Vasco da Gama, chegou à Índia. As viagens ao oriente proporcionavam lucros altíssimos o que fez com que o comércio se intensificasse sensivelmente.
Este acontecimento provocou uma mudança no eixo do comércio europeu. Antes de Bartolomeu Dias ultrapassar o Cabo Boa Esperança, a rota do comércio fazia-se por terra passando por Veneza. A partir da descoberta do novo caminho para a Índia, os países europeus que tinham costas para o Atlântico ficaram em vantagem. O Atlântico tornou-se a mais importante área de comércio do mundo. Portugal, Espanha, Holanda, Inglaterra e França tornaram-se nações privilegiadas.
Lutando para expulsar os muçulmanos da Europa, os reis espanhóis realizaram a unificação do território da Espanha. Com a queda de Granada, em 1492, completou-se o processo de expulsão dos árabes e de criação da monarquia. Só então, com quase um século de atraso em comparação a Portugal, os espanhóis começaram a sua participação nas Grandes Navegações.
Colombo na América
Um mapa do florentino Toscanelli sugeria ao genovês, Colombo, a possibilidade de atingir as Índias pelo Ocidente. Acreditando nessa avaliação, apresentou seu projeto ao rei de Portugal, que lhe negou apoio. Foi então em busca da Espanha, e após insistentes solicitações, conseguiu o patrocínio de Fernando de Aragão e Isabel de Castela.
Os reis Católicos - Fernando de Aragão e Isabel de Castela
A expedição partiu rumo ao oeste, sob o comando de Colombo. Após 61 dias de navegação e uma escala nas Canárias, atingiram a ilha de Guanaani (San Salvador) nas Bahamas e, em seguida, Cuba e São Domingos. Cristóvão Colombo descobrira um novo continente, mas não se apercebera disso; acreditava ter chegado às Índias.
Os reis católicos de Castela e Aragão finalmente compreendem que é necessário encontrar outras rotas marítimas em direcção ao oeste para alcançar directamente as índias, já que a rota pelo Oriente é muito instável.
A Rendição de Boabdil
Pintura de Francisco Pradilla (1848-1921) que representa a rendição de Boabdil aos Reis Católicos (Museu do Prado, Madrid), com a entrega das chaves da cidade de Granada, em 2 de Janeiro de 1492, no lugar onde hoje está a ermida de S. Sebastião. Consumava-se neste dia a reconquista cristã de Espanha.
Boabdil, cujo verdadeiro nome era Abu Abd'Allah Mohamed, viria a morrer, exilado em Marrocos, em 1527.
O navegador genovês havia lido o Livro das Maravilhas do viajante italiano Marco Pólo, que alcançara a China por via terrestre. Sabendo que a terra era redonda, ele acreditava chegar lá seguindo para o oeste, enfrentando o oceano.
Ele dispunha de um grande trunfo, a caravela. A revolução tecnológica precede e torna possível a conquista. A caravela é um navio de alto bordo, manejável, forte, ágil, de bom e sólido velame.
Depois de ter sofrido a recusa do rei de Portugal e de ter esperado por oito anos a decisão da rainha da Espanha Isabel, a Católica, Colombo conseguiu convencer a soberana sobre a possibilidade de uma viagem de exploração somente pelo oeste. Sabe-se que nos Açores os troncos de árvores trazidos pela correnteza comprovam a presença de terra a oeste.
Colombo se lança ao mar com os dois irmãos Pinzon e com as três caravelas Nina, Pinta e Santa Maria. Elas partem de Paios, na Andaluzia. São dois meses de navegação.
Em 12 de outubro de 1492, grita-se terra à vista do alto do tombadilho. Ouro, pedras preciosas? Nada disso, índios nus, plantas tropicais.
Nem pimenta, nem especiarias. Uma viagem a troco de nada? Colombo pensa que está no Japão. Ele está nas Bahamas, depois em São Salvador. Após em Cuba e no Haiti. Ele explora as ilhas mas não sabe onde se encontra.
Em 1493, uma segunda viagem permite que ele traga para a Espanha 500 índios sobre quem se perguntam se eles são possuidores de uma alma. Os espanhóis decidem convertê-los.
Em 1498, uma terceira viagem. A terra firme é novamente avistada, desta vez na embocadura do Orenoco. Colombo acredita que está na China.
Em 1502 uma quarta viagem, na qual a tripulação descobre a América Central, sem perceber que se trata de um continente.
Colombo morre, em 1506, sem saber que descobriu a América à qual um outro navegador, Américo Vespúcio, dará seu nome.
Américo Vespúcio (1454-1512)
O nome da América é uma homenagem ao mercador e navegador italiano Américo Vespúcio, primeiro a constatar que as recém-descobertas terras do Novo Mundo constituíam um continente e não parte da Ásia. Vespúcio, nasceu em Florença em 1454.
A América é terra de conquista e de exploração. Do Brasil português até a América espanhola, e depois anglo-saxã. Do norte ao sul, os índios (assim chamados porque os territórios descobertos foram batizados de Novas índias) são eliminados pela conquista, pelas doenças trazidas pelos europeus e finalmente pelo trabalho forçado.
Escravos negros são importados da África aos milhares. Os navios negreiros que partem de Nantes ou de Bordeaux vêm trocá-los, acorrentados, nos entrepostos do tráfico do Senegal, do Congo e de toda a costa ocidental pela “pacotilha”, ou seja, por armas e álcool.
Esses escravos são vendidos nos mercados do Brasil, da América do Sul e mais tarde nos da América do Norte, quando os fazendeiros de algodão e de tabaco da Virgínia e das Carolinas do Norte e do Sul necessitam de mão-de-obra servil.
Os colonos europeus plantam cana-de-açúcar, depois café, cacau, tabaco, chá, algodão. Eles sempre necessitaram de escravos. Os produtos vindos da América alimentam a grande indústria da Europa e o comércio internacional.
Com as plantações, as minas. A América é a terra do ouro e da prata. Da prata do Potosi, na Bolívia, até o México; das minas de ouro do Peru, do Brasil, da Califórnia. A prata e o ouro americanos abastecem a Europa desde o século XVI, redistribuídos pela Espanha e por Portugal, permitindo a constituição de Estados poderosos e de uma civilização rica.