A crise dinástica e a união ibérica
1. Carlos V abdica do trono e deixa a parte maior do seu império a D. Filipe, em 1556;
2. Em Portugal morre D. João III em 1557; o seu filho João tinha morrido em 1554, sendo o herdeiro o neto D. Sebastião que, com apenas 3 anos de idade não podia governar, ficando regente até à sua maioridade o seu tio, Cardeal D. Henrique;
3. D. Sebastião atinge a maioridade em 1568 e assume de imediato o trono; acaba por morrer em Alcácer-Quibir, sem herdeiros; é novamente o Cardeal D. Henrique quem assume a coroa;
4. Quando este morre em 1580, levanta-se novamente o problema da sucessão, sendo o pretendente favorito ao trono D. Filipe II de Espanha;
5. Parte da burguesia e nobreza portuguesas apoiam o candidato vizinho pois pretendem ter acesso à prata espanhola e obter novos cargos e privilégios; para Portugal, a união ibérica significaria a entrada de moeda de prata, necessária para os negócios com a Índia e o extremo-oriente, bem como asseguraria a defesa dos nossos territórios coloniais, cobiçados e atacados pelos países do Norte da Europa; o povo apoiava D. António, Prior do Crato;
6. D. Filipe, sabendo do apoio que tinha em Portugal, inicia uma intensa actividade diplomática, pressionando o governo português e as Cortes, reunidas para decidir entre um dos três pretendentes ao trono;
7. Estando as Cortes reunidas à já vários meses sem alcançarem uma decisão, D. Filipe invade Portugal, vence a resistência oferecida por D. António, Prior do Crato, sendo aclamado rei nas Cortes de Tomar de 1581, consumando-se assim a união ibérica;
8. Após ter sido aclamado Rei de Portugal, D. Filipe garantiu o seguinte:
a) Portugal mantinha os seus foros, usos, costumes e moeda própria;
b) As Cortes seriam sempre ouvidas antes de serem tomadas decisões sobre Portugal e os cargos do clero, exército e administração seriam ocupados por portugueses;
c) Os nossos territórios ultramarinos seriam defendidos e os espanhóis seriam abertos aos comerciantes portugueses.